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As histórias que não contamos. Brasil Expo Osaka 2025

  • Writer: Leandro Matias
    Leandro Matias
  • 3 days ago
  • 2 min read

Recentemente, o cenário cultural brasileiro foi confrontado com uma decisão que gerou ampla controvérsia: a substituição do projeto originalmente concebido pelo renomado Studio MK27 para o Pavilhão do Brasil na Expo 2025, em Osaka. A escolha da ApexBrasil de abandonar um projeto autoral, premiado em concurso público, reacendeu um debate imprescindível sobre o papel do design arquitetônico como expressão genuína da cultura e instrumento estratégico na diplomacia internacional.


O projeto original, desenvolvido sob a liderança de Marcio Kogan com curadoria de Marcello Dantas, oferecia uma leitura contemporânea e sofisticada da identidade brasileira, destacando-se pela leveza estrutural e pela sensibilidade ao contexto cultural japonês; em particular à filosofia do vazio e da impermanência. Era uma proposta que habilmente conciliava tradição e inovação, explorando poeticamente fenômenos naturais marcantes do país, como os rios voadores da Amazônia. Optar por uma estrutura genérica não representou apenas a rejeição a uma proposta estética superior, mas, sobretudo, negligenciou a força simbólica e o caráter narrativo intrínseco à arquitetura.


Historicamente, grandes eventos internacionais têm funcionado como palcos privilegiados para a afirmação das identidades nacionais por meio de obras arquitetônicas memoráveis. Desde o icônico Pavilhão de Barcelona, de Mies van der Rohe, em 1929, até a celebrada criação de Oscar Niemeyer para a Feira Mundial de Nova York, em 1939, projetos arquitetônicos têm se afirmado como veículos privilegiados de comunicação cultural e projeção internacional. Como salientado por Kenneth Frampton em "Arquitetura Moderna: Uma História Crítica", uma obra arquitetônica é mais do que sua forma física; é uma trama complexa de significados históricos, sociais e culturais.


Ao abdicar de uma proposta concebida com rigor curatorial e profundo valor simbólico, comprometemos não apenas uma expressão arquitetônica, mas a própria capacidade do país de se comunicar com o mundo de forma contemporânea; fiel à sua complexidade identitária e cultural. 


É imperativo que políticas públicas sólidas reconheçam e incentivem o design e a prática arquitetônica como manifestações genuínas e estratégicas da identidade nacional. Investir em projetos arquitetônicos inovadores e coerentes significa potencializar nossa diversidade e ampliar nossa capacidade de estabelecer diálogos significativos em âmbito global.


O episódio do Pavilhão Brasileiro em Osaka não é apenas uma oportunidade perdida; é um alerta sobre as consequências de relegar a segundo plano aquilo que nos torna únicos enquanto nação. O verdadeiro custo dessa decisão talvez não esteja visível hoje, mas certamente será sentido ao longo do tempo, quando nos perguntarmos sobre as histórias que escolhemos contar ao mundo - e aquelas que, infelizmente, preferimos esquecer.


Leandro Matias, CEO It Homes

Empresário e consultor, Leandro é administrador de empresas, bacharel em direito, especialista em marketing, técnico em transações imobiliárias e pós-graduando em desenvolvimento urbano estratégico pelo Instituto Cidades Responsivas. Há 18 anos trabalha com comunicação, customer experience e inteligência de mercado para solucionar desafios em percepção de marcas, negócios e produtos imobiliários.

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